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Como Evitar Passivos Trabalhistas com Profissionais PJ na Sua Clínica

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    Admin
  • 11 de ago.
  • 3 min de leitura

Como Evitar Passivos Trabalhistas com Profissionais PJ na Sua Clínica
Como Evitar Passivos Trabalhistas com Profissionais PJ na Sua Clínica

Entenda os riscos de contratar médicos e dentistas como pessoa jurídica e aprenda a estruturar contratos legalmente seguros e alinhados com a legislação trabalhista.


Contratar médicos e dentistas como pessoa jurídica (PJ) é uma prática comum nas clínicas de saúde brasileiras, mas, quando mal estruturada, pode gerar sérios passivos trabalhistas. Em tempos de fiscalizações mais rígidas, ações judiciais frequentes e mudanças na jurisprudência trabalhista, é fundamental que o gestor conheça os limites legais dessa modalidade para proteger a clínica de autuações e indenizações.


Por que clínicas contratam profissionais como PJ?


A contratação via pessoa jurídica oferece vantagens como redução de encargos trabalhistas, maior flexibilidade de jornada e modelo tributário mais econômico. No entanto, ao mascarar um vínculo empregatício sob a forma de prestação de serviços, a clínica se expõe a ações judiciais com pedidos de reconhecimento de vínculo, verbas rescisórias, FGTS, INSS e até danos morais.


O que diz a legislação e a jurisprudência?Apesar da Reforma Trabalhista de 2017 (Lei nº 13.467/2017) ter reconhecido a legalidade da terceirização e da pejotização em algumas situações, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem reiterado que o que define o vínculo empregatício é a realidade da relação de trabalho, e não a forma do contrato. Se houver subordinação, habitualidade, onerosidade e pessoalidade, a relação pode ser considerada empregatícia mesmo com CNPJ.


Exemplo real:

Uma clínica odontológica de São Paulo foi condenada a pagar R$ 280 mil a um dentista contratado como PJ por cinco anos. A Justiça entendeu que ele cumpria horário fixo, não podia se ausentar sem autorização e era subordinado a um coordenador técnico — configurando vínculo empregatício.


Cuidados ao estruturar um contrato PJ legalmente seguro


  1. Autonomia do profissional: o contrato deve deixar claro que o profissional tem liberdade técnica, define seu próprio horário e não está sujeito a ordens diretas, apenas a orientações gerais da clínica.

  2. Não exclusividade: evite impor cláusulas que impeçam o profissional de atuar em outros locais. A exclusividade reforça o vínculo empregatício.

  3. Remuneração por produtividade ou serviços prestados: evite salários fixos mensais. Prefira pagamento por procedimento, percentual ou hora trabalhada, com nota fiscal.

  4. Periodicidade e ausência de habitualidade: mesmo que haja atendimento frequente, o contrato deve indicar que não há obrigação de comparecimento diário ou semanal contínuo.

  5. Ausência de subordinação direta: evite relatórios de produtividade, metas ou sistemas de controle que interfiram na autonomia.

  6. Cláusula de responsabilidade técnica e civil: indique que o profissional é responsável por sua conduta ética e técnica, inclusive perante o conselho de classe.


Documentação e conduta que reforçam a legalidade da contratação PJ

  • Cópia do contrato social do CNPJ do profissional

  • Alvará de funcionamento ou inscrição municipal

  • Certidão de regularidade junto ao INSS e FGTS

  • Declaração de que o profissional atua de forma autônoma

  • Registro de emissão de nota fiscal dos serviços

  • Registro de reuniões como prestação de serviço e não como controle de metas


O papel da consultoria jurídica especializada


É altamente recomendável que clínicas médicas e odontológicas consultem um advogado especializado em Direito do Trabalho e em contratos na área da saúde. Cada contrato deve ser feito sob medida, considerando a rotina do profissional, as exigências do conselho de classe, as normas da ANS (quando aplicável) e o tipo de serviço prestado.


Conclusão


A contratação de médicos e dentistas como PJ não é ilegal — mas exige uma estrutura contratual e operacional muito bem definida. Ao ignorar os detalhes jurídicos e operacionais dessa relação, a clínica corre o risco de responder a processos caros e prejudicar sua imagem no mercado. Com um bom contrato, assessoria jurídica e prática condizente com o que está no papel, é possível manter relações produtivas e seguras para ambas as partes.


Para mais informações sobre nosso trabalho e como podemos ajudar sua clínica ou consultório, entre em contato!


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Senior Consultoria em Gestão e Marketing

Referência em gestão de empresas do setor de saúde

+55 11 3254-7451




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