Como Calcular o Custo Real de Cada Serviço na Clínica
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Um guia completo, profundo e aplicável para donos de clínicas médicas e odontológicas que precisam entender seus custos, precificar com segurança e aumentar a rentabilidade sem elevar a carga assistencial.
Introdução
Introdução: O Custo Invisível que Destrói a Margem das Clínicas
Muitos gestores acreditam que conhecem seus custos, mas a realidade operacional mostra o contrário. Em clínicas médicas e odontológicas, perdas financeiras costumam acontecer de forma silenciosa: materiais usados “a mais”, tempo clínico mal calculado, impostos ignorados ou comissões sobre serviços mal dimensionadas. Esses pequenos desvios — muitas vezes imperceptíveis no dia a dia — corroem margens que poderiam ser de 25% a 40% e acabam se transformando em prejuízos recorrentes.
O desafio maior não é apenas saber quanto custa executar um procedimento, mas entender o custo real unitário, considerando todas as variáveis: fixas, variáveis, diretas e indiretas. Clínicas que dominam esse cálculo conseguem ajustar preços, corrigir ineficiências e prever seu ponto de equilíbrio com precisão. Já as que ignoram esta etapa dependem do “achismo”, cometem erros de precificação e são pegas de surpresa por custos crescentes.
A boa notícia é que calcular o custo real é totalmente possível, desde que o gestor saiba identificar corretamente os componentes do serviço. Este artigo explica, de forma prática, como fazer isso — com fórmulas textuais, exemplos reais e insights financeiros aplicáveis para clínicas de todos os portes.
Seção 1 – Entendendo os Componentes do Custo Real do Serviço
O custo de um procedimento não é apenas o material utilizado. Ele envolve tempo clínico, insumos diretos, custos indiretos, impostos e até a depreciação dos equipamentos usados. Para calcular com precisão, o gestor precisa dominar a estrutura de custos da própria clínica e organizar as despesas de forma estratégica.
O primeiro passo é dividir seus custos entre fixos (como aluguel, recepção, software, limpeza) e variáveis (materiais, comissões, descartáveis). Depois, é essencial separar custos diretos — aqueles que só existem porque o procedimento foi realizado — dos indiretos, que mantêm a estrutura funcionando. É essa combinação que gera o custo real de cada serviço.
Estudos da Health Management Academy mostram que clínicas que fazem análise detalhada de custos conseguem aumentar a margem operacional em até 28% em 12 meses, pois corrigem desperdícios e ajustam preços com rapidez. Isso se aplica tanto à medicina quanto à odontologia, onde a variabilidade dos materiais é ainda maior.
Exemplo real:
Em uma clínica odontológica, o custo real de uma limpeza pode variar de R$ 22 a R$ 68 dependendo dos materiais, tempo clínico e carga tributária. Em atendimentos de estética facial, esse custo pode saltar para R$ 180–R$ 350 quando se considera depreciação de equipamentos e comissões.
Seção 2 – Fórmula do Custo Real do Procedimento
Para calcular o custo real de cada serviço, use a seguinte fórmula escrita em texto:
Custo Real do Serviço = Custos Diretos + (Custos Indiretos X Proporção de Uso) + Impostos + Comissão + Depreciação dos Equipamentos
Essa fórmula permite que qualquer clínica dimensione seu custo unitário de forma profissional. A parte mais complexa, para muitos gestores, é definir a “proporção de uso” dos custos indiretos — mas isso pode ser facilmente calculado pelo critério de tempo de sala. Se a consulta dura 30 minutos e a clínica funciona 160 horas por mês, a proporção é o consumo equivalente a esse período.
Outra variável importante é a carga tributária. No Simples Nacional, muitas clínicas pagam entre 6% e 16% sobre a receita do serviço. Já clínicas no Lucro Presumido chegam a pagar cerca de 13,65% fixos sobre faturamento + ISS municipal. Ignorar essa parcela gera uma distorção enorme nos preços.
A depreciação também deve entrar no cálculo. Um equipamento de R$ 30.000 com vida útil de 60 meses tem um custo de depreciação de R$ 500 por mês. Se ele é usado em 100 procedimentos mensais, sua participação por atendimento é de R$ 5 — um valor pequeno, mas vital para a saúde financeira da clínica.
Exemplo numérico:
Um peeling químico custa R$ 42 em materiais, usa 20 minutos de sala (proporção de R$ 18), tem imposto de 8%, comissão de R$ 20 e depreciação de R$ 4. O custo real unitário é: 42 + 18 + (valor X 8%) + 20 + 4 = aproximadamente R$ 92. Caso a clínica cobre R$ 150, sua margem real é menor que 40%.
Seção 3 – Como Identificar Prejuízos Silenciosos na Clínica
Perdas silenciosas acontecem quando a clínica não mede corretamente suas despesas, deixando brechas para desperdícios, preços desatualizados e uso inadequado de materiais. Em odontologia, por exemplo, é comum observar aumento de custos simplesmente porque a equipe usa mais anestésico, brocas ou abrasivos do que o necessário — algo que passa despercebido mensalmente.
Na medicina, prejuízos silenciosos geralmente aparecem na forma de subutilização de equipamentos caros, consultas longas demais e ausência de padronização de protocolos. Quando o tempo clínico é mal administrado, o custo de oportunidade é enorme, pois reduz a capacidade de atendimento e aumenta o custo por procedimento.
De acordo com um levantamento da MGMA (Medical Group Management Association), clínicas que não acompanham custos individualizados de procedimentos enfrentam, em média, redução de 12% a 18% na margem bruta anual, mesmo sem perceber. Isso significa que o prejuízo não aparece como “negativo no caixa”, mas sim como lucro que deixou de existir.
Dica prática:
Faça um inventário mensal de materiais, revise preços de fornecedores e crie checklists de uso por procedimento. Clínicas que padronizam insumos conseguem reduzir até 22% de desperdícios no primeiro trimestre.
Conclusão: Custos bem calculados geram clínicas lucrativas e competitivas
Calcular o custo real de cada serviço não é apenas um exercício contábil — é uma estratégia de sobrevivência e crescimento. Clínicas que conhecem sua estrutura de custos têm segurança para precificar, margem para investir, previsibilidade financeira e força competitiva contra concorrentes que operam no improviso. A precisão na análise permite corrigir gargalos, reduzir desperdícios e estabelecer serviços realmente rentáveis.
Quando o gestor domina esse processo, deixa de depender de intuição e passa a trabalhar com dados. Isso fortalece o planejamento estratégico, melhora o fluxo de caixa e garante decisões mais inteligentes sobre preços, investimentos, contratações e estratégias comerciais. Em um mercado cada vez mais competitivo, quem controla custos controla o futuro da clínica.
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