Os 5 Principais Motivos de Conflitos em Sociedades Médicas

Admin
há 2 dias
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Como prevenir desentendimentos entre sócios médicos e manter a harmonia e a sustentabilidade da clínica

Sociedades médicas representam um modelo de negócio comum, especialmente entre profissionais que desejam dividir responsabilidades, custos e expandir o alcance da clínica. No entanto, a convivência entre sócios nem sempre é simples. Conflitos societários podem surgir e, se mal administrados, levar à ruptura da sociedade, prejuízos financeiros e até mesmo à dissolução da empresa. Neste artigo, abordamos os cinco principais motivos de conflito em sociedades médicas e como preveni-los com boas práticas de gestão, acordos bem estruturados e diálogo constante.

1. Diferenças de Visão e Propósito

Quando os sócios têm objetivos distintos para a clínica — como foco no atendimento assistencial versus crescimento comercial — o desalinhamento estratégico se torna inevitável. Um deseja expandir com novos serviços e marketing agressivo; o outro prefere manter a clínica pequena e estável. Essa diferença de visão pode gerar decisões travadas, impasses e frustrações mútuas.

Exemplo real:

Uma clínica de dermatologia em São Paulo precisou contratar mediação jurídica após um dos sócios insistir em franquear a marca, enquanto o outro temia perder o controle da operação.

Dica prática:

Formalize o planejamento estratégico conjunto desde o início da sociedade e revise-o anualmente com todos os sócios.

2. Desigualdade na Carga de Trabalho

Um dos motivos mais comuns de atrito ocorre quando um sócio trabalha mais do que os outros e sente que sua dedicação não está sendo reconhecida ou recompensada. Isso é agravado quando não há metas de produtividade ou critérios claros para retirada de lucros e pró-labore.

Dado relevante:

Segundo pesquisa da SBEM (Sociedade Brasileira de Empreendedorismo Médico), 41% dos médicos sócios dizem se sentir sobrecarregados em relação aos demais.

Dica prática: Estabeleça métricas objetivas de desempenho e defina desde o início as regras de distribuição de lucros e bônus por produtividade.

3. Falta de Transparência Financeira

Quando não há clareza nas finanças da clínica, surgem desconfianças sobre uso do caixa, distribuição de lucros ou pagamento de despesas pessoais com recursos da empresa. Essa opacidade costuma minar a confiança entre os sócios e comprometer a saúde da sociedade.

Exemplo:

Em uma clínica ortopédica no interior de Minas, um dos sócios ocultava compras de equipamentos sem consulta prévia, o que levou à ruptura do contrato e abertura de ação judicial.

Dica prática:

Implemente um sistema de gestão financeira acessível aos sócios, com relatórios mensais e acompanhamento profissional.

4. Ausência de Acordo de Sócios e Regras Claras

Muitas clínicas começam com base na amizade e confiança, mas sem um acordo societário formal. Quando surgem imprevistos — como afastamento por doença, entrada de herdeiros ou necessidade de venda de cotas — o negócio entra em crise por falta de regras previamente definidas.

Dado jurídico:

Segundo levantamento de consultorias especializadas, 72% das sociedades médicas que enfrentaram litígios não possuíam acordo de sócios assinado.

Dica prática:

Elabore um contrato social robusto e um acordo de sócios com cláusulas específicas para saída, sucessão e resolução de conflitos.

5. Comunicação Deficiente e Decisões Centralizadas

A falta de reuniões formais e espaços para debate pode tornar a gestão autoritária ou fragmentada. Sócios que não participam das decisões ou são surpreendidos por mudanças sentem-se excluídos e desvalorizados.

Exemplo:

Uma clínica de oftalmologia com três sócios teve divergências graves quando um deles contratou uma nova equipe de marketing sem alinhamento prévio, gerando descontentamento e desconfiança.

Dica prática:

Programe reuniões periódicas com ata registrada, estabeleça quóruns de decisão e pratique uma comunicação transparente e objetiva.

Conclusão

Conflitos entre sócios médicos não são apenas desgastantes — eles comprometem a qualidade do atendimento, a reputação da clínica e a saúde financeira do negócio. Identificar os motivos mais comuns e adotar uma gestão preventiva é essencial para garantir a longevidade e a harmonia da sociedade. Com acordos bem estruturados, comunicação clara e gestão profissionalizada, é possível transformar uma sociedade médica em uma parceria próspera e sustentável.