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Como Transformar Convênios em Oportunidade e Não em Risco para a Sua Clínica

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  • há 10 horas
  • 4 min de leitura

Como Transformar Convênios em Oportunidade e Não em Risco para a Sua Clínica
Como Transformar Convênios em Oportunidade e Não em Risco para a Sua Clínica

Negociação estratégica, controle de glosas e transição inteligente para o atendimento particular podem salvar sua rentabilidade.


Em um cenário no qual a maioria das clínicas depende dos repasses das operadoras de saúde, a relação com os convênios pode ser tanto uma ponte para o crescimento quanto um abismo para a instabilidade financeira. O que determina de que lado sua clínica está é a maneira como essa relação é gerida. Médicos e gestores frequentemente se veem reféns de contratos mal negociados, glosas recorrentes e repasses incompatíveis com os custos reais dos serviços prestados. Mas há uma saída — e ela passa por uma abordagem estratégica, consciente e estruturada.


A Ilusão do Volume: Quando Atender Mais Não Significa Lucrar Mais


Muitas clínicas acreditam que aumentar o volume de atendimentos via convênios é sinônimo de crescimento. No entanto, isso nem sempre é verdade. Com valores de consulta muitas vezes inferiores a R$80,00 e procedimentos pagos com defasagem superior a cinco anos, o aumento da demanda gera, na prática, mais custo operacional, maior desgaste da equipe e, em muitos casos, prejuízo por atendimento.


Exemplo prático: uma clínica de ginecologia em Minas Gerais atendia cerca de 600 pacientes por mês via convênio. Após a análise de margem de contribuição por serviço, descobriu-se que 68% dos procedimentos eram realizados com margem negativa. Após ajuste no mix de serviços e transição parcial para o modelo particular, a receita líquida aumentou 27% com 35% menos atendimentos.


Reverter a Lógica: Estratégias de Negociação com Convênios


Negociar com convênios exige preparo. Muitas operadoras contam com grande poder de barganha, e o desconhecimento técnico por parte das clínicas contribui para contratos desvantajosos. A primeira medida é conhecer detalhadamente os custos operacionais da clínica, incluindo custo por hora médica, insumos, tributos e despesas fixas. Só assim é possível argumentar com base em dados concretos.


Técnicas eficazes de negociação incluem:

  • Análise comparativa entre operadoras.Identificar quais pagam melhor por especialidade ou procedimento.

  • Apresentação de indicadores de qualidade.Clínicas com NPS elevado, alto índice de resolutividade ou tempo médio de atendimento adequado podem usar esses dados a seu favor.

  • Proposta de pacote fechado.Em vez de negociar item a item, propõe-se um valor por consulta com determinados procedimentos incluídos — o que simplifica o processo e pode garantir margens melhores.


Dica prática: mantenha um dossiê atualizado com os custos reais dos procedimentos mais realizados na clínica. Isso será útil tanto para negociação quanto para embasar reajustes.


Glosas: O Ralo Invisível das Finanças Clínicas


As glosas — recusas de pagamento por parte das operadoras — representam uma das maiores causas de frustração e perdas financeiras. Estima-se que clínicas percam de 3% a 7% da receita mensal por glosas não recorridas. Entre os principais motivos estão erros de preenchimento, ausência de documentos anexados, falhas de autorização e não conformidade com regras do convênio.


Para enfrentá-las, a clínica deve:

  1. Padronizar processos de faturamento com checklist por operadora.

  2. Capacitar a equipe de faturamento com atualização mensal das regras de cada convênio.

  3. Monitorar e recorrer sistematicamente todas as glosas, dentro do prazo.

  4. Utilizar softwares que sinalizam erros de preenchimento antes do envio.


Exemplo: após implementar um protocolo de checagem dupla e software de integração com operadoras, uma clínica de fisioterapia reduziu suas glosas em 80% em 90 dias, recuperando cerca de R$11 mil mensais.


Precificação Inteligente: Equilibrando Convênios e Atendimento Particular


Aceitar convênios não deve impedir a clínica de trabalhar com atendimento particular. Pelo contrário: o convênio pode ser uma porta de entrada que, se bem conduzida, leva à fidelização do paciente e posterior conversão para atendimento particular em serviços que não são cobertos ou têm cobertura limitada. Para isso, é essencial estruturar uma precificação inteligente, que reflita o valor entregue.


Três boas práticas:

  • Crie pacotes e programas de acompanhamento.Por exemplo, planos de acompanhamento preventivo ou check-ups com valor fechado, facilitando a adesão.

  • Treine sua equipe de recepção e atendimento para apresentar o valor do serviço e não apenas o preço.A comunicação clara sobre o diferencial técnico e humano do atendimento é essencial.

  • Ofereça facilidades de pagamento.Cartão, Pix, parcelamento recorrente e até convênios com empresas locais.


Dica prática: estabeleça um plano de metas com a equipe para transição gradual de pacientes de convênio para particular, começando por serviços com maior valor agregado.


Quando Migrar do Convênio para o Modelo Particular?


A decisão de deixar os convênios deve ser planejada com cautela. Interromper repentinamente os contratos pode causar perda abrupta de receita e imagem. O ideal é realizar uma análise de viabilidade, com base nos seguintes critérios:

  • Margem de contribuição por procedimento e por convênio.

  • Custo de aquisição de novos pacientes particulares.

  • Capacidade de diferenciação do serviço prestado (branding, localização, qualidade técnica).

  • Volume atual de pacientes fidelizados.

  • Reservas financeiras para suportar a transição.


Essa transição pode ser por especialidade, por operadora ou por etapa do atendimento. Muitas clínicas começam oferecendo procedimentos estéticos, implantes, exames complementares e terapias como serviços particulares, mantendo os convênios para a porta de entrada.


Exemplo real: uma clínica de dermatologia começou recusando um convênio com maior índice de glosas, redirecionou esforços para marketing digital, ampliou sua base particular e, em seis meses, compensou integralmente a receita que era oriunda daquele convênio.


Conclusão: Convênio Não é Vilão, Mas Também Não É Herói


Transformar os convênios em aliados exige visão de negócio, controle financeiro e coragem estratégica. Ao identificar os gargalos operacionais, negociar de forma profissional, reduzir glosas e estruturar um modelo híbrido de atendimento, sua clínica deixa de ser refém e passa a ser protagonista. Lembre-se: o paciente busca mais do que cobertura — ele busca confiança, resultados e boa experiência. E isso, o convênio sozinho não entrega. Mas a sua gestão clínica pode — com ou sem convênio.


Para mais informações sobre nosso trabalho e como podemos ajudar sua clínica ou consultório, entre em contato!


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Senior Consultoria em Gestão e Marketing

Referência em gestão de empresas do setor de saúde

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