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Como Remunerar Bem os Médicos e Ainda Lucrar: O Desafio das Clínicas Médicas em Início de Jornada

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Como Remunerar Bem os Médicos e Ainda Lucrar: O Desafio das Clínicas Médicas em Início de Jornada
Como Remunerar Bem os Médicos e Ainda Lucrar: O Desafio das Clínicas Médicas em Início de Jornada

Descubra como construir um modelo de remuneração médica sustentável desde o primeiro mês da sua clínica, equilibrando a valorização profissional com viabilidade financeira e visão estratégica.


Abrir uma clínica médica particular é um projeto desafiador que exige não apenas investimento financeiro, mas também decisões estratégicas sobre estrutura, marketing, precificação e, especialmente, remuneração dos profissionais de saúde. Para investidores e empreendedores iniciantes, esse é um dos temas mais sensíveis: quanto pagar para atrair bons médicos sem comprometer a margem de lucro da clínica?


A resposta exige análise técnica, conhecimento de mercado, planejamento financeiro realista e uma visão de longo prazo. Neste artigo, você terá acesso a um conteúdo prático e aprofundado para tomar decisões sólidas desde o início do seu negócio.


O impacto da remuneração médica na saúde financeira da clínica


Em muitos modelos de clínicas multiprofissionais, a remuneração dos médicos pode representar de 35% a 60% do faturamento bruto mensal. Essa variação depende de fatores como o tipo de especialidade, modelo de agendamento, volume de pacientes e perfil de atendimento (particular, convênio ou SUS). Para clínicas iniciantes, que ainda estão formando carteira e operando com ociosidade, esse número pode representar um grande risco financeiro.


Por isso, entender os principais modelos de remuneração médica é o primeiro passo para uma estratégia bem-sucedida.


Principais modelos de remuneração utilizados no mercado


1. Percentual sobre produção (modelo mais comum)


Neste modelo, o médico recebe uma porcentagem do valor que ele mesmo gera para a clínica, com base em atendimentos realizados e serviços executados. É amplamente utilizado por clínicas particulares, especialmente em atendimentos com ticket médio mais alto, como ginecologia, dermatologia, ortopedia e cardiologia.


Exemplo prático:Um médico que realiza R$ 20.000 em consultas e exames recebe 40%, ou seja, R$ 8.000. A clínica fica com os 60% restantes para cobrir custos e gerar lucro.


Vantagem: baixo risco para a clínica, pois só se paga pelo que foi efetivamente produzido.

Risco: o percentual precisa ser sustentável, considerando a margem de contribuição real de cada serviço.


2. Valor fixo por turno/hora


Aqui, o médico recebe um valor fixo, independentemente da quantidade de pacientes atendidos. É mais comum em contratos com operadoras, clínicas populares ou serviços que exigem plantões contínuos.


Exemplo prático:R$ 600 por turno de 6 horas. Se o médico atende apenas 4 pacientes, o custo por consulta é elevado. Se atende 12, a clínica ganha escala.


Vantagem: previsibilidade para o médico.

Risco: caso a agenda esteja vazia, a clínica arca com o custo mesmo sem receita.


3. Modelo híbrido (fixo + variável)


Combina um valor mínimo garantido com percentual sobre a produção a partir de um determinado patamar. Ideal para especialidades de baixa demanda ou médicos em fase de construção de agenda.


Exemplo prático:

R$ 3.000 fixos mensais + 30% sobre a produção que exceder R$ 10.000.


4. Modelo de coparticipação ou sociedade parcial


Mais comum em clínicas maduras ou redes em expansão. Os médicos assumem parte do risco e dividem os resultados com a clínica, atuando como sócios operacionais.

Recomendação: não é ideal para clínicas em fase inicial, pois exige governança, contratos sólidos e alinhamento de valores entre os sócios.


Boas práticas para definição de modelos de remuneração


  1. Calcule a margem de contribuição por especialidadeDetermine o custo total por consulta ou procedimento, incluindo insumos, hora clínica, despesas fixas rateadas, tributos e inadimplência média. Só assim será possível definir percentuais sustentáveis.

  2. Simule três cenários (pessimista, realista e otimista)Projete o impacto da remuneração nos primeiros 6 a 12 meses de operação. Considere baixo volume de pacientes no início e analise como o modelo escolhido afeta o ponto de equilíbrio da clínica.

  3. Estabeleça metas progressivasOfereça percentuais que aumentam conforme o médico cresce em produção. Isso motiva a retenção, melhora a produtividade e protege a margem nos primeiros meses.

  4. Crie contratos com cláusulas clarasDocumente o modelo de remuneração, regras para revisão, critérios de bonificação e prazos de validade. Um bom contrato evita desgastes e judicializações futuras.

  5. Avalie o custo total da equipe médica no DRE da clínicaA soma de todos os repasses médicos não deve ultrapassar 45% do faturamento total em modelos equilibrados. Se estiver acima, é sinal de que a precificação ou a produtividade precisa ser revista.


Benchmark: dados reais de mercado

Tipo de Clínica

Remuneração média médica

Clínicas populares (ticket R$ 80-120)

R$ 50-70 por consulta

Clínicas particulares (ticket R$ 250+)

30% a 45% da produção

Clínicas com convênio

25% a 35% do valor líquido faturado

Plantões em centros clínicos

R$ 100 a R$ 150 por hora

Esses números servem como referência, mas sempre devem ser adaptados à realidade local, capacidade instalada da clínica e especialidade médica envolvida.


Riscos de um modelo mal estruturado


  • Comprometimento da margem de lucro nos primeiros meses

  • Desalinhamento de expectativas com os médicos

  • Rotatividade alta e perda de confiança na clínica

  • Dificuldade de atrair bons profissionais sem previsibilidade

  • Falta de escalabilidade do negócio


Dica prática para investidores:


Monte uma planilha completa com as seguintes abas:


  • Projeção de faturamento por especialidade

  • Simulação de diferentes modelos de remuneração

  • Cálculo do ponto de equilíbrio mensal

  • Comparativo de margem operacional com cada modelo

  • Plano de remuneração escalonado vinculado a metas


Esse tipo de controle é o que diferencia clínicas rentáveis de projetos que consomem recursos sem gerar retorno.


Conclusão


Remunerar médicos com justiça e eficiência é uma arte que exige conhecimento técnico, dados confiáveis e uma estratégia clara desde o primeiro dia de operação da clínica. Investidores e empreendedores do setor de saúde precisam entender que um bom médico só entrega resultados se estiver motivado — mas motivação não pode significar prejuízo. Com os modelos certos, projeções financeiras bem feitas e contratos transparentes, é possível valorizar o profissional e construir um negócio lucrativo e sustentável.


A definição da política de remuneração médica será uma das decisões mais importantes da sua clínica. Comece com planejamento, dados reais e apoio especializado — e transforme seu projeto em uma clínica médica de alta performance e longevidade.


Para mais informações sobre nosso trabalho e como podemos ajudar sua clínica ou consultório, entre em contato!

Senior Consultoria em Gestão e Marketing

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