top of page

Como Incluir a Comissão ou o Repasse Médico no Valor Final do Serviço

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • há 12 minutos
  • 4 min de leitura

Como Incluir a Comissão ou o Repasso Médico no Valor Final do Serviço
Como Incluir a Comissão ou o Repasso Médico no Valor Final do Serviço

Aprenda a calcular preços que cubram custos, incluam comissões e garantam lucro sustentável para sua clínica


Introdução


Muitos médicos e dentistas enfrentam dificuldades na hora de precificar corretamente seus serviços, especialmente quando precisam considerar repasses para parceiros ou comissões de profissionais envolvidos no atendimento. Esse é um erro comum que pode comprometer diretamente a lucratividade da clínica. Um serviço que parece rentável à primeira vista pode, na prática, gerar prejuízos se não houver uma metodologia clara de cálculo.


Neste artigo, vamos apresentar uma forma estruturada para que profissionais de saúde consigam incluir o valor da comissão ou do repasso médico no preço final de seus procedimentos. Você entenderá a lógica financeira por trás desses cálculos, aprenderá a identificar as variáveis envolvidas e verá exemplos práticos de como aplicar isso no dia a dia da sua clínica. O objetivo é garantir que cada atendimento seja não apenas justo para o profissional, mas também sustentável para o negócio.


Entendendo o Custo Real do Serviço


Antes de falar sobre comissões e repasses, é fundamental compreender que todo serviço de saúde tem um custo-base, que inclui despesas fixas (aluguel, salários administrativos, energia elétrica, softwares de gestão) e despesas variáveis (materiais odontológicos, insumos médicos, exames laboratoriais terceirizados). Esse custo é o ponto de partida para qualquer precificação.


Ao acrescentar o repasso médico ou a comissão de um profissional, esse valor passa a compor o custo variável do serviço, pois depende da execução de cada atendimento. Ignorar esse componente é um dos principais erros cometidos por clínicas. Quando o repasse não é considerado desde o início, a margem de lucro se torna ilusória e, em alguns casos, inexistente.


Exemplo prático :Um procedimento odontológico tem custo total de materiais de R$ 200. O custo fixo rateado por atendimento é de R$ 150. O valor total de custo seria de R$ 350. Se o dentista responsável recebe 40% de repasse e a clínica cobra R$ 800 do paciente, o repasse equivale a R$ 320. Nesse cenário, o custo total passa a ser R$ 670 (350 + 320), e o lucro líquido da clínica é de apenas R$ 130, ou seja, 16,25% de margem.


Como Estruturar o Cálculo do Repasso


A forma mais simples e segura de incluir a comissão ou o repasso médico no valor final do serviço é transformar essa variável em um componente explícito da fórmula de precificação. O cálculo deve partir do preço desejado de venda (considerando a margem de lucro ideal) e, a partir dele, deduzir todos os custos fixos, variáveis e o repasse.


A fórmula básica pode ser representada da seguinte forma:

Preço de Venda = (Custos Fixos + Custos Variáveis + Valor do Repasso) ÷ (1 – Margem de Lucro Desejada)


Essa estrutura permite que o profissional planeje o preço de venda já considerando todos os elementos envolvidos. É importante, também, definir previamente qual a margem mínima aceitável para cada serviço, para que não se caia na armadilha de praticar preços apenas com base no mercado ou na concorrência, sem considerar a realidade financeira da clínica.


Exemplo prático:Suponha que o custo fixo por consulta seja R$ 100, o custo variável seja R$ 50 e o repasse do médico seja de R$ 150. O custo total é de R$ 300. Se a clínica deseja uma margem de 30%, o cálculo será: 300 ÷ (1 – 0,30) = 300 ÷ 0,70 = R$ 428,57. Ou seja, o preço mínimo de venda deve ser R$ 430. Qualquer valor abaixo disso comprometerá a margem.


Repasses Percentuais x Repasses Fixos


Existem dois modelos mais comuns de repasse em clínicas: percentuais e fixos. No repasse percentual, o médico recebe uma porcentagem do valor do atendimento; no repasse fixo, recebe um valor definido previamente por procedimento. Cada modelo tem implicações distintas na precificação.


No modelo percentual, a clínica precisa projetar o preço de venda já considerando que uma fração desse valor não será receita líquida, mas sim repassada ao profissional. Isso exige maior cuidado para não subestimar os custos totais. Já no modelo fixo, a previsibilidade é maior, pois o repasse não varia de acordo com o preço final, permitindo maior estabilidade no fluxo de caixa.


Exemplo prático:Se um médico recebe 40% de repasse em uma consulta de R$ 500, o repasse é de R$ 200. Mas se o preço for reajustado para R$ 600, o repasse sobe para R$ 240, impactando diretamente na margem. Já no modelo fixo de R$ 200 por consulta, a clínica tem previsibilidade, independentemente do preço final do serviço.


Ajustando a Estratégia de Precificação


Ao incluir comissões ou repasses na formação de preços, a clínica deve analisar não apenas o custo imediato, mas também a estratégia de posicionamento no mercado. Serviços muito baratos podem atrair pacientes inicialmente, mas acabam corroendo a margem de lucro e inviabilizando a operação no médio prazo. Por outro lado, preços mais altos, fundamentados em cálculos precisos, transmitem confiança e mostram que a clínica atua de forma profissional.


Outro ponto importante é revisar periodicamente os percentuais de repasse e os custos associados. Insumos e materiais sofrem reajustes constantes, e repasses mal estruturados podem deixar a clínica vulnerável financeiramente. Um planejamento adequado permite renegociar percentuais e reajustar preços sempre que necessário, preservando a saúde financeira do negócio.


Exemplo prático:Uma clínica odontológica que repassa 50% aos dentistas e mantém o mesmo preço de consulta por três anos, mesmo com a inflação e aumento de custos, pode ver sua margem despencar de 25% para menos de 10% em pouco tempo.


Conclusão


Incluir o valor da comissão ou do repasso médico no cálculo do preço final dos serviços não é apenas uma boa prática de gestão financeira — é uma condição essencial para a sustentabilidade das clínicas médicas e odontológicas. Quando esse aspecto é negligenciado, a clínica corre o risco de trabalhar muito, atender bastante, mas não gerar lucro.


Com uma metodologia clara de precificação, que contempla custos fixos, variáveis, repasses e margem de lucro desejada, o gestor consegue garantir a rentabilidade da operação, dar previsibilidade ao fluxo de caixa e tomar decisões estratégicas com base em números reais.

O resultado é uma clínica mais sólida, competitiva e preparada para crescer de forma saudável.


Para mais informações sobre nosso trabalho e como podemos ajudar sua clínica ou consultório, entre em contato!

ree

Senior Consultoria em Gestão e Marketing

Referência em gestão de empresas do setor de saúde

+55 11 3254-7451




bottom of page