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Como Definir o Ponto de Equilíbrio em Clínicas e Hospitais Recém-Abertos

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  • há 3 dias
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Como Definir o Ponto de Equilíbrio em Clínicas e Hospitais Recém-Abertos
Como Definir o Ponto de Equilíbrio em Clínicas e Hospitais Recém-Abertos

Descubra como calcular o ponto de equilíbrio e utilizá-lo como ferramenta estratégica para garantir a sustentabilidade financeira do seu negócio na saúde.


Introdução


Abrir uma clínica ou um hospital é um desafio que vai muito além da estrutura física e da contratação de profissionais de saúde. A gestão financeira é um dos pilares que definem se o empreendimento terá sucesso ou se enfrentará dificuldades logo nos primeiros meses.


Nesse contexto, o ponto de equilíbrio (ou break-even point) se torna uma ferramenta essencial. Ele indica o momento em que as receitas passam a cobrir todos os custos fixos e variáveis, sinalizando a partir de qual volume de atendimentos a clínica ou hospital começa a gerar lucro.


Para negócios recém-abertos, essa análise é vital. Segundo o Sebrae, cerca de 25% das empresas brasileiras fecham as portas nos dois primeiros anos de operação, e entre os principais motivos está a falta de planejamento financeiro adequado. No setor da saúde, os riscos são ainda maiores devido ao alto custo de equipamentos, insumos e mão de obra especializada. Por isso, compreender como calcular e monitorar o ponto de equilíbrio não é apenas uma questão contábil, mas um diferencial estratégico para gestores que desejam garantir estabilidade e crescimento.


Exemplo prático: imagine uma clínica de odontologia que possui R$ 100 mil em custos fixos mensais e cada atendimento gera uma margem de contribuição de R$ 200. O ponto de equilíbrio será atingido quando a clínica realizar 500 procedimentos no mês. A partir desse volume, cada paciente adicional representará lucro líquido para o negócio.


Custos Fixos e Variáveis: a Base do Cálculo


O primeiro passo para definir o ponto de equilíbrio é separar os custos fixos dos custos variáveis. Custos fixos são aqueles que não mudam independentemente do volume de atendimentos, como aluguel, salários administrativos, manutenção predial e contratos de software. Já os custos variáveis estão diretamente relacionados ao número de pacientes atendidos, como materiais descartáveis, exames laboratoriais e comissões.


Ao detalhar esses custos, o gestor terá clareza sobre o peso de cada categoria no orçamento mensal. Essa distinção é essencial, pois permite identificar oportunidades de redução de despesas sem comprometer a qualidade do atendimento. Uma clínica recém-aberta, por exemplo, pode ter custos fixos elevados devido a financiamentos de equipamentos médicos. Nesse caso, renegociar contratos ou planejar prazos de pagamento pode aliviar a pressão financeira e reduzir o ponto de equilíbrio.


De acordo com estudos de benchmarking da área hospitalar no Brasil, os custos com pessoal representam, em média, de 45% a 60% das despesas totais de uma instituição de saúde. Isso mostra como a gestão de equipes é determinante para manter o equilíbrio financeiro. Clínicas que iniciam suas operações com equipes enxutas, mas bem capacitadas, tendem a ter maior previsibilidade nos primeiros meses de funcionamento.


Exemplo prático: um hospital recém-aberto com custo fixo de R$ 800 mil mensais e custo variável médio de R$ 300 por paciente pode planejar que, se cada internação gerar R$ 1.000 de receita, sua margem de contribuição será de R$ 700. Para atingir o ponto de equilíbrio, será necessário atender cerca de 1.143 pacientes por mês.


Fórmula do Ponto de Equilíbrio e sua Aplicação na Saúde


A fórmula clássica do ponto de equilíbrio é simples:


Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos ÷ Margem de Contribuição por Atendimento


Apesar da simplicidade, a aplicação prática na saúde exige atenção. Isso porque cada serviço pode ter margens de contribuição diferentes. Consultas, exames e cirurgias possuem custos variáveis distintos, o que significa que uma clínica deve calcular o ponto de equilíbrio de forma segmentada, ou no mínimo utilizar uma média ponderada.


A margem de contribuição corresponde à diferença entre a receita gerada por atendimento e o custo variável desse atendimento. O segredo está em conhecer bem os números do negócio e projetar cenários realistas. Para clínicas e hospitais recém-abertos, é recomendável realizar simulações considerando diferentes níveis de ocupação e ticket médio. Assim, o gestor identifica se os preços praticados e o volume de pacientes esperado são suficientes para sustentar a operação.


Pesquisas de mercado indicam que clínicas que monitoram mensalmente seus indicadores financeiros têm 40% mais chances de permanecer ativas após cinco anos. O acompanhamento frequente do ponto de equilíbrio ajuda o gestor a tomar decisões rápidas, como aumentar campanhas de captação de pacientes em períodos de baixa ou renegociar insumos para melhorar a margem de contribuição.


Exemplo prático: uma clínica popular que atende consultas médicas a R$ 150, com custo variável de R$ 50 por paciente, gera uma margem de contribuição de R$ 100. Se os custos fixos forem R$ 60 mil, o ponto de equilíbrio será atingido com 600 consultas mensais.


Estratégias para Reduzir o Ponto de Equilíbrio


Reduzir o ponto de equilíbrio significa precisar de menos atendimentos para cobrir os custos mensais. Isso pode ser alcançado de duas formas: diminuindo custos fixos ou aumentando a margem de contribuição. Para clínicas e hospitais recém-abertos, algumas estratégias podem ser decisivas.


No campo dos custos fixos, uma boa prática é evitar contratos onerosos nos primeiros meses. Optar pelo aluguel de equipamentos médicos em vez da compra imediata pode reduzir despesas e preservar o capital de giro. Além disso, terceirizar serviços de apoio, como limpeza e segurança, pode trazer mais flexibilidade e reduzir a folha de pagamento inicial.


Já para aumentar a margem de contribuição, é essencial revisar a precificação dos serviços. Clínicas que conseguem agregar valor ao atendimento – oferecendo agilidade, tecnologia e humanização – têm maior liberdade para precificar de forma justa e sustentável. Outro ponto é investir em mix de serviços: um hospital que realiza tanto consultas básicas quanto procedimentos de alta complexidade terá uma média de margens mais equilibrada, diluindo riscos financeiros.


Exemplo prático: uma clínica dermatológica que renegocia contratos de fornecedores de insumos, reduzindo em 15% seus custos variáveis, consegue diminuir seu ponto de equilíbrio de 400 para 340 atendimentos mensais, gerando maior previsibilidade e margem de segurança.


Conclusão


Definir o ponto de equilíbrio em clínicas e hospitais recém-abertos não é apenas um cálculo matemático, mas um exercício estratégico de gestão. Ao conhecer os custos fixos, controlar os custos variáveis e monitorar constantemente a margem de contribuição, o gestor cria uma base sólida para garantir a sustentabilidade financeira da instituição.


Negócios de saúde que ignoram esse indicador tendem a enfrentar surpresas desagradáveis no fluxo de caixa, comprometendo sua sobrevivência. Por outro lado, aqueles que utilizam o ponto de equilíbrio como ferramenta de gestão conseguem planejar melhor investimentos, precificar com segurança e tomar decisões estratégicas em momentos críticos.


Portanto, para clínicas e hospitais que estão iniciando sua jornada, a recomendação é clara: antes de buscar crescimento acelerado, assegure-se de que o ponto de equilíbrio esteja bem definido e acompanhado. É esse equilíbrio que permitirá transformar um sonho empresarial em uma operação lucrativa e sustentável.


Para mais informações sobre nosso trabalho e como podemos ajudar sua clínica ou consultório, entre em contato!

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Senior Consultoria em Gestão e Marketing

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