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Clínica Cheia, Caixa Vazio: O Perigo de Confundir Volume com Lucratividade

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  • há 7 horas
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Clínica Cheia, Caixa Vazio: O Perigo de Confundir Volume com Lucratividade
Clínica Cheia, Caixa Vazio: O Perigo de Confundir Volume com Lucratividade (foto: Tribuna de Jundiaí)

Por que atender mais pacientes não garante rentabilidade — e como focar nos indicadores certos pode transformar a saúde financeira da sua clínica.


Introdução


Durante muito tempo, profissionais de saúde foram ensinados que “agenda cheia é sinônimo de sucesso”. Consultórios lotados, salas de espera movimentadas e plantões corridos eram símbolos de prestígio e prosperidade. No entanto, a realidade financeira de muitas clínicas mostra exatamente o oposto: apesar do volume de atendimentos, o caixa segue apertado, os custos crescem e o lucro desaparece.


A armadilha do volume sem margem


Em clínicas que trabalham com um número elevado de convênios, é comum encontrar procedimentos com valores de repasse entre R$ 20 a R$ 50, enquanto o custo direto para realizar o atendimento — incluindo insumos, mão de obra e estrutura — pode chegar a R$ 40 ou mais. Ou seja, em alguns casos, cada paciente atendido representa prejuízo disfarçado de produtividade.


Exemplo realista:Imagine uma clínica que realiza 800 atendimentos mensais, com ticket médio de R$ 35, gerando uma receita bruta de R$ 28.000. Se o custo médio por atendimento for de R$ 40, o prejuízo mensal direto pode ultrapassar R$ 4.000, sem contar despesas fixas como aluguel, folha de pagamento e tributos. Nesse cenário, quanto mais pacientes ela atende, maior o rombo no caixa.


O que realmente importa: Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio


Em vez de olhar apenas para a quantidade de atendimentos, clínicas deveriam monitorar a margem de contribuição por serviço. Esse indicador mostra quanto sobra (ou falta) para cobrir os custos fixos e gerar lucro após o pagamento dos custos variáveis.


Outro ponto essencial é o ponto de equilíbrio, ou seja, o volume mínimo de atendimentos (com uma determinada margem) que a clínica precisa para cobrir seus custos mensais. Sem esses dados, é impossível tomar decisões racionais sobre volume, preços e convênios.


Convênios: uma escolha que exige cálculo, não emoção


É comum ouvir que convênios “trazem volume e visibilidade”. Mas sem análise de rentabilidade, eles podem gerar ilusão de crescimento. Muitos profissionais só percebem o desequilíbrio quando atrasam salários, não conseguem reinvestir e vivem no limite financeiro mês após mês.


Convênios devem ser negociados com firmeza, reajustados anualmente e, quando necessário, descredenciados com estratégia. Um convênio que representa 40% do volume e apenas 10% da receita pode estar puxando sua clínica para o buraco financeiro.


Agenda lotada x agenda estratégica


O ideal é caminhar para um modelo de atendimentos mais rentáveis, com foco em qualidade, ticket médio mais alto e fidelização. Isso pode incluir serviços particulares, pacotes, programas de acompanhamento e atendimentos diferenciados que valorizem o tempo do profissional e o resultado clínico.


Uma agenda mais enxuta, mas com pacientes certos e margens saudáveis, permite uma operação mais equilibrada, menos desgastante e muito mais lucrativa.


Dica prática:

Faça o levantamento dos 5 serviços ou convênios mais atendidos da sua clínica e calcule a margem de contribuição de cada um. Você pode se surpreender com o que está dando prejuízo — silenciosamente — todos os meses. Use isso como base para redefinir sua estratégia de crescimento.


Conclusão


O sucesso de uma clínica não está na fila de espera, mas na inteligência financeira com que ela é gerida. Trocar a obsessão por volume pela busca de margem e equilíbrio pode ser o primeiro passo para um negócio mais saudável — e uma vida profissional mais leve e sustentável. Porque, no fim das contas, lucro é melhor do que cansaço.


Para mais informações sobre nosso trabalho e como podemos ajudar sua clínica ou consultório, entre em contato!

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Senior Consultoria em Gestão e Marketing

Referência em gestão de empresas do setor de saúde

+55 11 3254-7451




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